segunda-feira, 12 de abril de 2010

IV Semana dos Povos Indígenas terá programação na capital e no interior.


IV Semana dos Povos Indígenas terá programação na capital e no interior

Da Redação
Agência Pará


A cultura indígena dos povos do território paraense tem a oportunidade de ser conhecida e valorizada nas Semanas dos Povos Indígenas



Representantes de todas as etnias participarão, em Belém e no interior, de oficinas, debates e exposições durante a IV Semana dos Povos Indígenas



As danças e rituais indígenas estão entre os símbolos da cultura dos povos ancestrais da região amazônica




Elementos da cultura dos povos indígenas do Pará poderão ser vistos no Circuito das Exposições, na programação promovida pelo governo do Estado



Debate virtual via web TV, conferência, rodas de conversa, mostra de filmes, exposições, oficinas, debates e mediação virtual nas escolas integram a programação da IV Semana Estadual dos Povos Indígenas, que acontecerá de 18 a 28 de abril, com o tema "Nós, Indígenas - Guardiões da Floresta". O evento visa aumentar a visibilidade dos povos indígenas perante a sociedade, reafirmando o direito à livre expressão.
A IV Semana dos Povos Indígenas será realizada em Belém e nas aldeias Trocará do povo Assurini (município de Tucuruí); Cateté, dos Xicrin (em Parauapebas); Mapuera, dos Wai Wai (em Oriximiná); Borari (Santarém) e Kayapó, de São Félix do Xingu e Altamira.
No dia 18, em Belém, a partir de 18h, depois de participar do Bafafá Pro Música, evento realizado pela Associação Pro Rock, quatro etnias abrirão oficialmente a Semana, com uma apresentação inédita do Coral Guarani ao lado da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, no Forte do Castelo. Regidos pelo maestro Enaldo Oliveira, representantes de etnias como Tembé, Assurini e Kayapó vão tocar, com a participação de Liliane Xipaia.
Ainda no dia 18 será aberto o Circuito Cultural Nós, Indígenas, com exposições de acervos indígenas, montado com a finalidade de oferecer um panorama completo da cultura indígena, desde os primeiros contatos com os não indígenas até os dias atuais.
Duas aldeias indígenas do interior serão contempladas com a oficina de Formação de Documentaristas Indígenas. Durante três dias, os índios desenvolverão temas a partir de um aspecto étnico-cultural sobre a própria realidade. Ao final das oficinas serão apresentados curtas e/ou documentários criados pelos indígenas com base na experiência com a linguagem audiovisual.
Indígenas que foram capacitados durante o ano de 2009 darão apoio técnico aos participantes da oficina. Haverá ainda exibição de documentários sobre as semanas indígenas anteriores e outras produções que os próprios indígenas fizeram desde 2008, quando foi iniciado um processo de formação audiovisual na Fundação Curro Velho.
Nos últimos meses vem sendo implantados pontos de cultura nas aldeias Trocará, Cateté e Mapuera. Cada Ponto receberá um kit multimídia, composto de computador com acesso à internet banda larga e placa de vídeo para edição, filmadora e fitas, além de outros equipamentos de audiovisual.
Exposições - A IV Semana reforçará a importância da comunicação como ferramenta de valorização cultural e de fortalecimento da identidade. No Museu do Índio, instalado no Solar da Beira, no Mercado do Ver-o-Peso, estará a mostra fotográfica Assurini Awaeté - Gente de Verdade. Os fotógrafos paraenses João Ramid, Alberto Ampuero e Diana Figueroa selecionaram 67 fotos que retratam a vida, a arte e a cultura do povo Assurini.
No Museu Paraense Emílio Goeldi será montada a exposição Kayapó Mebengokre nhõ pyka, enfatizando o cotidiano, os fazeres e rituais do povo Kayapó Mebengokre. Três aldeias participaram do processo de produção da exposição: Moikarakoa, Las Casas e Kikretum, por meio de histórias contadas pelos mais velhos, confecção de flechas, artesanato e captação de imagens.
No Forte do Presépio será incluída no circuito a exposição com cerâmica primitiva e artefatos indígenas do Museu do Encontro, na sala Guaimiaba. A exposição reúne objetos em cerâmica tapajônica e marajoara, além da cultura material recolhida no próprio sítio histórico: fragmentos de cerâmica e porcelana, balas, moedas etc.
No Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP) haverá uma coletânea de acervos em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e acervo etnográfico da 1ª Comissão Demarcadora de Limites, reunida na Exposição de Acervos dos Povos Indígenas do Estado.
Pinturas - No MHEP estará aberta ao público a exposição das pinturas do artista plástico indígena Pituku Waiãpi, que desenvolveu técnicas de pintura utilizando a boca. Pituku nasceu na aldeia Amapari, terra indígena Waiãpi, no Estado do Amapá. Em 1979, quando tinha apenas 2 anos, foi diagnosticado com paralisia infantil e retirado de sua comunidade pela Funai. Passou a morar na Casa de Saúde Indígena, em Belém. Determinado, ele superou os obstáculos passando a manusear o pincel de uma forma diferente da convencional, e desenvolve seus trabalhos desde 1996.
A aptidão para a pintura ele descobriu no Hospital Sara Kubitschek, em Brasília, aos 12 anos. Durante o tratamento, descobriu as tintas e os pincéis, e começou a recordar tudo o que havia vivido em sua aldeia. Desde então, Pituku já participou de diversas exposições coletivas, individuais e salões no Maranhão e em São Paulo, e hoje faz parte da Associação dos Pintores com os Pés e a Boca.
Na sede da Fundação Curro Velho, no bairro do Telégrafo, será aberta a mostra "Formas e Cores da Cultura dos Tembé". A exposição reúne telas, objetos e artesanato produzidos na aldeia Tekohaw, localizada à margem esquerda do rio Gurupi, na divisa do Pará com o Maranhão.
Na primeira Comissão Demarcadora de Limites, a exposição "Fronteira Norte" mostrará, com acervo da Comissão Demarcadora de Limites, as técnicas de aproximação com os povos indígenas que habitam as regiões de fronteira.
Ainda dentro do Circuito de Exposições está inserida a Igreja de Santo Alexandre, concluída em 1719 e originalmente dedicada a São Francisco Xavier. Nas primeiras décadas do século XVIII funcionou no prédio histórico uma oficina de escultura, dirigida pelo padre João Xavier Traer, que ensinou essa técnica aos indígenas. Segundo crônica do jesuíta João Daniel, do século XVIII, a Igreja de Santo Alexandre se tornou a primeira obra de arte realizada por escultores indígenas no Brasil.
Catálogo - Durante a IV Semana dos Povos Indígenas será apresentado um catálogo com a produção artística e cultural indígena, reunida no "Circuito Cultural Nós, Indígenas". Em 40 páginas, com textos, fotos e ilustrações, a publicação será um panorama desta produção desde a era pré-colombiana até os dias atuais. Um acervo de peças arqueológicas, artesanato, utensílios indígenas e outros objetos da época da ocupação portuguesa na região, como mapas e livros.
A publicação terá ainda um DVD, com documentários produzidos pelos próprios povos indígenas sobre a I Conferência Estadual dos Povos Indígenas; I, II e III Semana dos Povos Indígenas, e as duas Conferências Regionais de Educação Escolar Indígena realizadas no Pará. Será produzido também um mapa etnográfico, com informações sobre terra e cultura indígena no Pará, destinado à Educação Básica.
A Semana promoverá um ciclo de debates, em Belém, sobre territórios etnoeducacionais indígenas, marcas da cultura indígena na sociedade contemporânea, políticas de assistência indigenista, meio ambiente e sustentabilidade.
No dia 19, quando é comemorado o Dia Nacional do Índio, será realizado o debate virtual "Grandes Projetos da Amazônia e os Impactos Sócioculturais às comunidades Indígenas", que será transmitido, via web TV, para toda a Amazônia Legal.
A governadora Ana Júlia Carepa estará em Tucuruí, na aldeia Assurini, onde participará do debate, junto com o ministro da Cultura, Juca Ferreira.
Elielton Amador - SECOM

Um comentário:

  1. eu so queria saber o nome de uma tribo indigena e encontro esses negocios ai

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